terça-feira, novembro 28, 2006

BIOGRAFIA

UM OCEANO DE SABEDORIA:
O DALAI LAM

Tenzin Gyatso, monge e doutor em filosofia budista, prêmio Nobel da Paz em 1989, é considerado a décima quarta encarnação de Dalai Lama (nome que significa oceano de sabedoria) e há tempos deixou de ser apenas o líder espiritual do povo tibetano no exílio. Desde que se refugiou na Índia em 1960, é reconhecido como o representante ativo de uma cultura.
O religioso, com mais de quinze prêmios e sete formações acadêmicas em universidades da Índia, Europa e Estados Unidos, nasceu em uma família camponesa em 1935, na província de Àmdo. Aos dois anos de idade, após uma busca em todo o país conduzida pelo governo tibetano, ele foi reconhecido como a encarnação de seu predecessor, o grande Décimo Terceiro Dalai Lama. Levado para a capital, Lhasa, foi entronizado em 1940 como supremo chefe espiritual do Tibet. Nove anos depois, quando a China comunista invadiu aquele país, assumiu aos quatorze anos o poder político e, com o objetivo de amenizar o impacto da ocupação militar, viajou a Pequim em 1054 para encontrar-se com Mao-Tse-Tung.
Seu projeto de coexistência pacifica foi frustrado pelo radicalismo das reformas comunistas, e tal situação provocou uma revolta de milhares de tibetanos, o que o forçou a fugir. Ele escapou disfarçado durante a noite, viajando a cavalo para a Índia, onde se refugiou. Cem mil tibetanos o seguiram, concentrando-se na cidade de Dharamsala, considerada sede do governo do Tibet no exílio.
Desde 1967, o líder espiritual viajou para mais de 40 países, encontrando-se com chefes de estado, cientistas e intelectuais. Segundo ele, “muitos dos habitantes da Terra, animais e plantas sabidamente raros, poderão não ser sequer conhecidos pelas gerações futuras; temos que agir antes que seja tarde demais”.
Considerado até hoje o chefe temporal e espiritual do Tibet no exílio, o Dalai Lama acredita que o futuro só será construído através de um sentido de responsabilidade universal. “Claramente, esta é uma geração chave. Já é possível a comunicação global e, no entanto, o confronto é mais comum do que o diálogo significativo para a Paz”.