terça-feira, fevereiro 20, 2007

CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA

SUPLICA DA ÁRVORE


TU, QUE PASSAS E LEVANTAS CONTRA MIM O TEU BRAÇO,
ANTES DE FAZER-ME O MAL, OLHA-ME BEM.
EU SOU O CALOR DO TEU LAR NAS NOITES FRIAS DE INVERNO.
EU SOU A SOMBRA AMIGA QUE TE PROTEGE CONTRA O SOL DE DEZEMBRO
MEUS FRUTOS SACIAM TUA FOME E ACALMA TUA SEDE.
EU SOU A VIGA QUE SUPORTA O TETO DE TUA CASA, E A CAMA EM QUE DESCANSAS.
SOU O CABO DAS TUAS FERRAMENTAS, A PORTA DE TUA CASA.
QUANDO NASCES, TENHO A MADEIRA PARA O TEU BERÇO;
QUANDO MORRES, EM FORMA DE ATAÚDE AINDA TE ACOMPANHO AO SEIO DA TERRA.
SOU RAMO DE BONDADE E FLOR DE BELEZA,
SE ME AMAS COMO MEREÇO, DEFENDE-ME CONTRA OS INSENSATOS.


PARECE HOJE...

Em nenhuma época se desconheceu a utilidade da cultura dos arvoredos; e o respeito às árvores é recomendado pelos melhores filósofos... No Brasil (quem o creria!) são entregues ao machado e ás chamas! É tempo, pois, ainda que os brasileiros saiam dos seus descuidos e atendam a sorte futura de seus filhos. É de sua própria utilidade não só conservar e pensar suas matas virgens, mas cuidar em plantar novas florestas, que venham ressarcir as que a ignorância destruiu. É também de sumo interesse á saúde pública que no Brasil se plantem árvores à borda das estradas e nas cidades e vilas, nas ruas largas e praças, á imitação dos boulevards de França e squares da Inglaterra. As folhas das árvores absorvem o gás ácido carbônico, que compõe em grande parte o ar que respiramos, mas que por si só não é respirável: e sua abundância asfixia e mata o homem. As plantas, ao contrário, dão o oxigênio, que é esta parte do ar mais própria á respiração e á saúde. Além disso, todo o país pode enriquecer-se com aquilo mesmo que faz seu ornamento.
(Discurso de José Bonifácio de Andrade e Silva, escrito há mais de cento e sessenta anos!).